Dor crónica, um conceito complexo que a Fisioterapia pode ajudar a desmistificar.
A dor é considerada pela Associação Internacional do Estudo da Dor como uma “experiência sensorial e emocional desagradável associada, ou semelhante à associada, a danos reais ou potenciais nos tecidos”.
A dor é modelada pela nossa experiência pessoal, pelo nosso meio envolvente e pelo nosso estado físico e mental, por isso, se a dor é uma experiência com causas multifatoriais muitos são os fatores do nosso dia que podem levar ao aparecimento da mesma ou ao seu agravamento, como uma altura mais atarefada no trabalho, uma discussão com um familiar ou mesmo algum acontecimento menos bom que esteja a acontecer no Mundo.
Clinicamente a dor é classificada em dois tipos principais: aguda ou crónica. A dor crónica é geralmente definida como uma dor persistente ou recorrente com 3 ou mais meses de duração, que muitas vezes, persiste para além do curso normal de uma doença aguda, ou da cura da lesão que lhe deu origem.
Este tipo de dor não tem que estar obrigatoriamente associada a uma lesão e as suas causas nem sempre são claras, como já vimos. Ao longo do tempo, a dor pode afetar a funcionalidade e por sua vez condicionar a execução das suas atividades do quotidiano, incluindo a capacidade de trabalhar e de realizar hobbies, o padrão de sono, o apetite e pode ter ainda um efeito negativo nas relações sociais.
A fisioterapia é uma excelente ferramenta para este tipo de condições. Como fisioterapeutas cabe-nos não só intervir diretamente na dor, como também educar sobre a mesma, sobre estratégias de adaptação e resolução de problemas, expor gradualmente ao movimento e ao exercício, de forma a assumir o controlo da sua condição.